Calvin e seus Amigos

Calvin e seus Amigos
O assunto merece uma atenção especial

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Apresentação dos Livros do Semestre
















No segundo Semestre do Gestar II - Piritiba/BA, os cursistas foram motivados pela formadora Jacy (*, a escolherem um livro para ler e depois fazer uma apresentação em público da leitura realizada, de forma que os demais conheçam o livro a partir dessa apresentação e sejam conduzidos a lerem, caso não o tenha feito.


Livros lidos e apresentados pelos cursistas:
O Livreiro de Cabul - Gleissa
A Cabana - José
O Vendedor de Sonhos - Elizângela
O Guardião de Memórias - Eletice
Pais Brilhante, Professores Fascinantes - Adrielle
A Cidade do Sol - Jacinete
* Neyla também apresentou, mas eu esqueci o título da indicação dela - é uma obra que vi pela primeira vez... esqueci de anotar...


Minha Leitura do Semestre

O livro relata inicialmente o começo de um romance. Dr. Henry, um médico ortopedista e Norah sua esposa, viviam felizes depois de um rápido romance, antes do casamento. Henry fazia tudo para sua esposa, tinha uma vida tranquila até o dia que Norah engravidou. Este foi o começo de uma jornada de vida triste para os dois. No dia em que Norah entrou em trabalho de parto, nevava muito na cidade, as estradas não estavam muito boas, e isto provocou um acidente com o médico que faria seu parto, na confusão, Henry se viu obrigado a ele mesmo fazer o parto da esposa. Levou Norah para a clínica e chamou sua enfermeira assistente Caroline Gil, uma moça solitária, que tinha sua própria vida, morava sozinha longe da família.
Se encontraram na clínica e logo começaram a fazer o parto, depois que nasceu a primeira criança - um menino - o médico percebeu algo estranho com sua esposa e logo viu que ela começara novo trabalho de parto, então Caroline se preparou novamente e uma nova criança surgiu para espanto de todos. Dr Henry, com seu conhecimento, diagnosticou que aquela criança não era saudável, sofria de SÍNDROME DE DOWN, rapidamente pediu para que Caroline a tirasse da sala antes que sua esposa acordasse e visse a menina. Caroline obedeceu. Norah estava desacordasse sem saber que aquela noite estaria incomodando sua vida para sempre.
Dr Henry pediu para que a assistente levasse a criança dali para um abrigo e ela sem poder questionar fez o que ele pediu, isso também mudou completamente a vida dela.
Deixou o coração falar mais alto [Carolina guardava uma paixão pelo médico], foi até o abrigo mas não conseguiu deixar a menina; no fundo pensava que o pai pudesse mudar de ideia, o que nunca aconteceu, passaram-se anos e anos, e nunca ouvira-se uma só palavra daquele assunto. Caroline foi embora da cidade levando consigo Phoebe - como era o nome que Norah a chamaria se soubesse que havia tido uma menina.
Caroline lutou ferozmente pela vida de Phoebe, a criou com amor e muita dedicação, cuidando para que ela nunca sofresse. Norah levou sua vida com seu filho - Paul - e no fundo de seu coração sabia que aquela noite do parto tinha ocorrido alguma coisa que mudou a vida dela; daquele dia em diante sua vida conjugam não era a mesma, em meio a bebidas e desentendimentos passou a trair seu marido, mudou radicalmente sua vida, até que um dia não aguentaram mais e se separaram. Vivendo sozinho, Dr. Henry morreu após alguns anos da separação e quando Caroline ficou sabendo da morte, sentiu necessidade de procurar Norah e contar toda a verdade e foi isso que ela fez, mudando todo o sentido da história.
Já haviam se passado mais de 20 anos Phoebe continuava gozando de plena saúde ao contrário do que seu pai pensava. Dr Henry entregou Phoebe achando que ela seria uma criança de saúde frágil e que morreria dali a alguns anos, fez isso pensando no bem estar de sua esposa e de si mesmo, tinha trauma de ter acompanhado a morte de sua irmã e de nunca ter podido fazer nada para mudar o fato de sua irmã ser doente e sua família ser de tão poucos recursos.
Norah começou então depois da revelação de Caroline, ter mais convívio com sua filha, sentia-se feliz por isso, embora a garota nunca ter entendido que ela era sua verdadeira mãe.
Para todos foi um destino escolhido por uma só pessoa e que nem mais ali estava para dividir dores, sofrimentos, alegrias e revelar coisas que somente o famoso Dr. David Henry sabia explicar.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Formação 19

Pauta 13/11/2009

1. Acolhida: Cagado e Cuspido
2. Resumos e Atividades Pendentes
3. Estudos do TP2/ Unidades 7 e 8/ Socialização dos Estudos

4. Texto de Referência - págs. 98 a 101
5. Atividade em Grupo - TP 2
6. Socialização das Atividades em Grupo
7. Projeto Interdisciplinar [Ratificar Ações]
8. Lanche
9. Texto final - Tocando o Céu
10. Avaliação do Encontro
11. Frequência

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Resumo do TP 02 - Unidade 05

GRAMÁTICA: SEUS VÁRIOS SENTIDOS

Seção 01: A gramática e o ensino produtivo
Seção 02: A gramática e o ensino reflexivo
Seção 03: A gramática e o ensino prescritivo

O ser humano, em seus primeiros contatos sociais e familiares já apresenta em sua linguagem as regras básicas da estrutura da língua. Uma criança, por exemplo, por volta dos seis anos de idade já conhece essas regras e sua estrutura.O que não é garantido nesse período é o domínio das exceções apresentadas pela gramática.
Para entendermos melhor a nossa conversa, vamos tentar conceituar gramática, considerando-a como um conjunto dos recursos linguísticos que o falante aciona, mesmo inconciente, ao fazer uso da língua. Seguindo então esse pensamento, é possível afirmarmos que o sujeito domina os recursos da língua ainda que não faça isso direcionando aos estudos de regras que são apresentados pela professora de Português quando entramos na escola, afinal, esse conhecimento adquirido antes do acesso à escola está presente na oralidade e também na escrita de todos os falantes.
No entanto, vale considerar que a gramática implícita não fica anestesiada apenas no saber informal, que parte das relações do falante, na medida que este vai entrando em contato com as novas situações de comunicação e outros usos de língua, essa gramática vai se estendendo e ganhando outros horizontes.
No processo ensino-aprendizagem da língua, a presença da gramática interna não pode ser descartada, mas também levar em conta que o trabalho não pode ser baseado apenas nesse aspecto, é preciso ampliar os caminhos, criar as oportunidades para que todos ampliem seus usos da língua nas mais diversas situações de comunicação, principalmente quando se considera importante o ensino-aprendizagem produtivo da língua.

TP 02 - Unidade 06


A FRASE E SUA ORGANIZAÇÃO
Seção 01: O que é frase
Seção 02: O período e a oração
Seção 03: As várias possibilidades de organização da frase e do período

Ao produzir um texto, o locutor deve ter a preocupação de possibilitar ao interlocutor o seu significado, é o que chamamos de possibilidade de organização e de sentido do texto. Quando pensamos num texto, é importante considerarmos que ele foi se construindo de fragmentos que vão ganhando forma e sentido, fragmentos que chamamos de frase, mas que não são conteúdos isolados e sim contextualizados.
A frase como unidade do texto caracteriza-se por apresentar, no contexto em que aparece, uma unidade de sentido e que pode ser uma frase oral - marcada pela melodia específica, uma entonação capaz de transformá-la em texto e a frase escrita - que caracteriza-se pelas regras na gramática normativa: uso da letra maiúscula no início e terminar com uma pontuação adequada.
As frases podem ou não se organizar em torno do verbo. Quando a frase organizada em torno do verbo chamamos período.
Não queremos nos apegar a questões simplificadas do estudo da língua, o que gostaríamos mesmo de destacar, dar maior ênfase é que a frase pode ser estruturada dentro do texto de maneira que ganhe sentido e tenha uso adequado, não importando ser uma frase, um período ou uma oração.

TP -2 - Unidade 07



A ARTE: FORMAS E FUNÇÃO

Seção 01: Arte e cotidiano
Seção 02: A arte: classificação e características
Seção 03: As funções da arte

Desde muito tempo os estudiosos e artistas tentam conceituar a arte e definir qual é o verdadeiro papel que ela exerce em nossas vidas. Como a arte é cultura, é uma construção histórica, a forma de expressar-se por meio dela e de percebê-la sofre alterações de acordo com o tempo e os lugares.
Nós temos bons registros de como a arte tem exercido uma função relevante na crítica social, emocional e intelectual do ser humano. O filme O carteiro e o poeta trata de maneira exuberante o papel que a arte tem na vida das pessoas. Estamos tão cercados de manifestações artísticas no nosso cotidiano que parece natural e não damos conta da sua força e proximidade com nossa formação humana. Claro que temos as nossas preferências e talvez sejam elas quem nos atrai mais. A música, a dança, o teatro, arquitetura, a escultura, a pintura, em fim, arte por todos os cantos. Mas como classificá-las? Como definir características?
Hoje em dia as formas de manifestação artística são diversas, muito numerosas e definí-las não é uma tarefa fácil. Desde que o homem existe, ele procura explicar o mundo e sua existência. Os homens primitivos, ao fazer desenhos nas paredes das cavernas, procuravam desvendar os mistérios da natureza e atuar sobre elas. A busca pela explicação acompanha o homem até hoje e ao nos aproximarmos de uma obra de arte, queremos encontrar na fala de um outro que consideramos especial uma sintonia que nos permita refletir sobre o mundo e entender nosso lugar nele.
As principais características da arte são: a fantasia, a interpretação da realidade, a conotação e a paixão pela forma que está relacionada à atenção precisa que se dar à leitura da obra. Pela forma o artista faz uso de recursos formais para desestabilizar o leitor, criar um estranhamento, uma ruptura, que obrigue o fruidor a estar ligado ao convite feito.
Assim, a arte apresenta funções na vida da humanidade. Muitos teóricos e artistas insistem em dizer que a arte não serve para nada - e nisso reside sua importância e sua função. A arte é um convite à [re] interpretação do mundo, ao procurar expressar-se, o artista convida o próprio leitor a desvendar o mundo e isso já é considerada uma função qualificada da arte.

TP02 - Unidade 8


LINGUAGEM FIGURADA

Seção 01: A expressividade da linguagem cotidiana
Seção 02: Figuras e linguagem literária
Seção 03: Elementos sonoros e sintáticos da expressividade

Uma das características fundamentais da oralidade é a tendência à exposição mais clara da emoção surgida da situação discursiva. Esse afloramento dos sentimentos e emoções faz aparecer uma série de recursos linguísticos que tem exatamente a função de evidenciar os estados de espírito, ainda que o falante não tenha consciência deles, ou não seja letrado. Esses recursos constituem a tão conhecida linguagem figurada.
Embora não damos conta, as figuras de linguagem são demasiadamente comuns na nossa oralidade. Elas aparecem porque o sentido denotativo das palavras não nos parece suficiente para expressar a carga de sentimento que desejamos relevar em determinadas situações comunicativas.
Destacamos as mais comuns e mais usadas figuras de linguagem:
Comparação -figura mais comum em nossa linguagem, estabelece um paralelo entre dois seres, que pode ser de igualdade ou superioridade;
Metáfora - figura que permite substituir uma palavra por outra que tem com ela um nível de semelhança;
Metonímia - figura por meio da qual substituímos uma palavra por outra que tem com ela uma relação de proximidade;
Personificação - atribui características humanas a objetos e animais;
Hipérbole - constitui um exagero de expressão;
Antítese - constrói-se de ideias opostas;
Ironia - baseia-se na apresentação de uma posição por meio de seu contrário;
Onomatopéias - figuras ligadas ao campo sonoro do texto;
Pleonasmo - consiste na repetição da ideia.
Convém deixar evidente que mesmo fazendo uso de muitas figuras de linguagem, não podemos nos definir como literários, nem mesmo os artistas da palavras, bem como não são somente as figuras de linguagem que caracterizam um texto literário. Na linguagem literária, vários elementos colaboram para gerar um texto como tal.

Relatório da Aplicação da Prova Dignóstica



Segundo o Dicionário Prático da Língua Portuguesa, Melhoramentos, DIAGNOSTICAR significa fazer o diagnóstico de.
Levando em conta que, ao aplicar uma atividade diagnóstica numa turma de alunos, o professor deseja, a partir dessa ação, concretizar resultados e aprimorar a prática. Realizar essa prova com os aluno do nono ano, turma A do Colégio Municipal Firmino Ferreira Sampaio Neto, foi uma tarefa que levantou alguns questionamentos e inquietações que talvez não estivessem tão visíveis.
Insistentemente temos monitorado nossos planejamentos no ensino da língua materna de maneira que conduza o aluno à reflexão do seu aprendizado e função social daquilo que ele tem aprendido. Estamos, aos poucos desvinculando esses saberes daquelas aulas de gramática, de regras e de exceções. A diversidade textual inserida nas aulas de Língua Portuguesa tem proporcionado aos ambientes de estudo uma conquista considerável de que aprender português é muito melhor e mais fácil do que tem sido apresentado pelas escolas e por alguns professores.
Embora todas essas questões sejam relevantes e reais nos espaços de aprendizagem, ainda nos deparamos com ideias tradicionais e sem reflexão estabelecidas não somente pelos professores, mas também pelos alunos.
A avaliação dignóstica de Língua Portuguesa elaborada pelo Gestar II, traz questões de leitura e interpretação textual, de reflexão da língua, que avançam os estudos gramaticais, porém se aproximam do conceito de ensino que tem sido desenvolvido no novo formato de aprendizagem.
Uma avaliação de 25 questões que exigem do aluno um cuidado lógico no entendimento, no jogo dos textos, na compreensão das informações e das ideias. Uma atividade muito bem elaborada, criativa e de rica oportunidade para o aluno colocar em prática o que vem sendo conquistado e discutido nos ambientes de estudo dos professores. Porém, como experiência real, infelizmente o nosso parecer não apresenta esses aspectos.
Entramos na sala com um clima de conquista, esclarecemos para os alunos que o momento não se tratava de uma prova para aquisição de notas, de aprovação ou reprovação, de que um é melhor e o outro é pior, mas construimos um ambiente de absorção, de ponderação daquilo que já conquistamos. Delimitamos um tempo para que a proposta fosse executada com paciência e esclarecemos que o nosso objetivo é penas de concretizarmos nossos caminhos trilhados, o que já adquirimos durante toda nossa caminhada. Ainda assim, a turma não compreendeu com precisão nosso anseio e após o tempo mínimo de tolerância, 90% entregou a avaliação e com o resultado constatamos que os alunos não absorveram totalmente a nossa intenção.
Os resultados poderiam ser muito melhores e conhecendo a turma como conhecemos, com toda a tranquilidade do trabalho que vem sendo desenvolvido e das tarefas aplicadas a partir do Gestar, sabemos que esses resultados poderiam ser muito melhores e que os alunos têm muito mais a oferecer.
Gostaria de fazer uma referência à aluno Maene, que acertou 20 das 25 questões. Maene é uma aluna aplicada, estudiosa e bastante envolvida na proposta de reflexão da língua materna. O nosso anseio é que ela se torne um exemplo para que novos resultados sejam apresentados e que os demais colegas consigam internizar a concepção de que o conhecimento é a única coisa que melhor modifica o homem e melhor lhe assegura em toda e qualquer situação de vida.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Memorial de Leitura


GESTAR II - Programa Gestão da Aprendizagem Escolar
Língua Portuguesa - 2009
Professora Formadora - Jaciene Lima Paulo
Professora Cursista - Eletice Gomes Belas
Nós estamos sempre nos marcando com grandes momentos da nossa vida. Desde a construção ainda sem forma, os nossos pais vão registrando, na memória ou noutros meios, os grandes acontecimentos que seguem, aos poucos e no seu tanto, delineando nossa história.
Me encontro hoje diante de uma tarefa prazerosa e ao mesmo tempo muito desafiadora: construir um memorial de leitura, desenhar os momentos nos quais a leitura foi inserida em minha vida e por quem, formatar e, se possível, visualizar marcos.
Para início de conversa, gostaria de lembrar com precisão de uma visita que recebemos do nosso tio Izaltino - o tio Loro. Tio Izaltino é daquele filho sonhador que ainda muito jovem, adolescente talvez, se desvinculou das origens nordestinas e se mudou, como tantos outros, com a cara e a coragem para São Paulo, onde mora a mais de 50 anos. Quando eu tinha entre 6 e 7 anos de idade ele veio à Bahia visitar a família, na sua bagagem trouxe de presente para cada sobrinha um livro. Eu ganhei o livro da Cinderela. Era um livro lindíssimo, colorido de encher os olhos, quando eu abria as páginas, os personagens se movimentavam no recorte artístico do livro. Me encantei sobremaneira e ler aquela história uma... duas... três... quantas vezes fosse preciso, era a melhor coisa que poderia fazer e dali eu descobrir que os livros têm beleza, encanto e movimento. Foi a chance que tive de construir um laço de amizade e cordialidade com os livros que já dura trinta anos.
A escola, a família e os amigos contribuiram parcialmente, mas a minha formação como leitora eu fui desenrolando meio que sozinha mesmo. Na adolescência lia Sabrina, Horóscopo, Atrevida e Capricho. Não havia direcionamento, nenhuma razão específica, era somente pela leitura. Ao ingressar no colégio conheci Maria do Carmo - a Carminha, professora de Português e ela começou a dar as primeiras interferências, porém não era nada inovador, acredito mesmo que a Escola não acolhia esse desejo no coração dos nossos professores, mas tive o privilégio de encontrar amigos e por meio deles eu conheci Sidney Sheldon, Cecília Meireles, Vinicius de Moraes e alguns outros que hoje fazem parte da minha estante. Minhas leituras forma se tansformando, ganhando maturidade e eu formando novos conceitos.
Tristemente lembro que fiz todo o Magistério sem nenhuma indicação de leitura por parte dos nossos professores, a chama ainda não estava acesa, a instituição escolar estava muito vinculada ao tradicionalismo dos livros didáticos, da aprendizagem contuidista e saí do Segundo Grau sem referência leitora.
Dez anos se passaram, tempo que fiquei fora do ambiente escolar no papel de estudante e atuando como professora, mas aqui também tive oportunidades maravilhosas de leitura na troca com colegas de trabalho, nos cursos de formação e aperfeiçoamento da prática pedagógica. Prosseguir construindo meu caráter leitor de maneira bem independente, buscando um livro ali, outro acolá, mas sempre com um companheiro de jornada, até o momento em que ingressei na Faculdade de Letras. Foi aqui que tive a grande conquista de compartilhar boas leituras com professores e amigos. Lembro-me com "saudade leitora" do professor de Literatura Brasileira, João Edson Rufino, com ele eu aprendi a ler entre linhas, agucei aquilo que o texto não revela, mas o leitor consegue perceber. Também não posso esquecer dos amigos Tatiane Macedo, Anderson Sampaio e Ricardo Patrese. As nossas viagens de 70 km até à Faculdade dentro de uma topique eram recheadas de livros, de discussões e conversas literárias e como foi e continua sendo gratificante compartilhar com cada um deles as indicações e as críticas de uma boa leitura.
A Faculdade me inseriu no ambiente de pesquisa, busca e análise observatória da leitura. Tenho uma facilidade considerável de visualizar cenários, definir as características físicas e psicológicas dos personagens - isso a partir do meu olhar leitor. É um processo longo, mas extremamente desafiador, com a prática nós ganhamos autonomia, responsabilidade e credibilidade.
Ao sair da Faculdade já me sentia pronta para tomar minhas próprias decisões e escolhas, com facilidade para me colocar na condição de leitora proficiente, sem medo de conduzir meus alunos a esse mundo, uma vez que possuía respaldo para tal. Parecia que nada mais faltava acontecer nesse universo fantástico, até que em 2005 fui convidada pela Secretaria Municipal de Educação para coordenar uma escola de fundamental II. Esse convite gerou minha participação no Projeto Chapada - uma proposta voltada ao ensino da Língua na formação de alunos e professores leitores. Como era bonito chegar à formação do Chapada e encontrar uma mesa disposta de indicações literárias, mais que isso, cada encontro havia um momento encantador de leitura em voz alta, leitura pelo formador, ler para estudar, para escrever, ler por prazer. Essa oportunidade suscitou em mim um aspecto crítico e investigador, sem contar que tínhamos a possibilidade de comprar livros maravilhosos com as portas abertas à livraria da cidade.
Há uma alegria incontestável em se tornar um ícone. Nada mais me alegra do que ver um aluno ou ex aluno nos procurando para pegar livros emprestados. Sou amante da língua materna e o ingresso ao mundo das letras me tornou uma profissional mais qualificada e uma leitora mais apreciada.
Em se tratando de Escola, não tive ricas experiências, mas a Faculdade e a Vida me presentearam grandemente; razão pela qual acredito que a capacidade de tornar o ato de ler um momento prazeroso é algo cuidadosamente pessoal, embora haja comprovação de que alguém possa interferir na decisão do outro.
Recentemente li "A fantástica fábrica de chocolate" indicada por Neyla, outro forte referencial nessa trilha deslumbrante. Amiga estimada, irmã na fé e agora companheira de Gestar II, que em se falando, não gostaria de encerrar meu relato sem fazer algumas considerações aos momentos de leitura que veem sido construídos na Formação do Gestar. Ler para estudar, ler para escrever, ler por prazer, eixos diferentes que se aglomeram num mesmo espaço e novos horizontes vão sendo descobertos, porque o que me atrai num livro não é o título, a espessura nem a estética. O que me atrai é a curiosidade e a vontade de descobrir o que tem em cada página, cada capítulo, o que a história vai acrescentar em mim.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Vinicius de Moraes



Soneto de Fidelidade
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinicius de Moraes, "Antologia Poética", Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1960, pág. 96

domingo, 8 de novembro de 2009

Onde está o leitor ou a leitora nas Artes Plásticas Brasileiras?

Amiguinhos lendo, 1992
Jane Tanner (Austrália 1946)
Técnica Mista








Menina lendo, 2008
Inha Bastos (Brasil, 1949)
Óleo sobre tela, 50x50cm

Poemas da Mentira e da Verdade

Casamento

Luísa Ducla Soares

Casei um cigarro
com uma cigarra
fizeram os dois
tremenda algazarra
porque o cigarro
não sabe cantar
e a cigarra
detesta fumar.

Não digam que errei
(maneira antipática!)
só cumpri a lei
que manda a gramática.


Em: Poemas da Mentira e da Verdade, Livros Horizontes, 1999.

Luísa Ducla Soares (Lisboa, 1939) escritora, tradutora, consultora literária e jornalista. mais recentemente sua produção é dedicada ao público infanto-juvenil. Formada em Filologia Germânica.

Pintura: Leitura da Obra de Arte

Lendo à Janela

Aung Kyaw [Burma/ Myanmar 1965]
Óleo sobre tela

Aung Kyaw Htet nasceu em Myaungmya em Burma [Sul da Ásia] em 1965. Estudou na Escola de Belas Artes em Rogoon.
Cresceu num pequeno vilarejo e é budista devoto, ambas influências perceptíveis na sua pintura.
Seus quadros mostram a vida religiosa de homens e mulheres de uma maneira realista de acordo com a prática em Burma.
Hoje, é um dos maiores pintores do seu país tendo muitos de suas obras nos principais museus do país e um grande número de exposição em diversos países.

Quadrinha para sala de aula


Cantagalo... O galo canta
E, na campina louçã
Despreende a voz da gargante
Saudando a luz da manhã.
[ Álvaro Faria]

Leitura Complementar

Apesar de fortemente ligada à escola, a literatura parece mal colocada no contexto escolar: os professores se sentem frustrados porque não conseguem fazer os alunos gostarem de ler. Por outro lado, apesar de valorizarem a literatura, não encontram tempo suficiente para desfrutar o texto literário com seus alunos. Como resolver essas dificuldades?
É provável que o nó da questão seja a mistura de dois objetivos:ensinar português e ensinar a gostar de ler. Tem que se saber separá-los para conseguir somar resultados.
Por várias vezes falamos da função social da língua escrita, lembando a importância de que os alunos entendam para que servem os textos e aprendam a utilizá-los.Vamos abordar agora um tipo de leitura essencialmente ligada à experiência afetiva. Vamos falar do texto literário como objeto de lazer - essa é a sua função social e é assim que os alunos devem reconhecê-lo para desfrutá-lo.
Literatura é arte - arte da palavra. Ao lado de outras artes, deve fazer parte da experiência escolar pela sua importância na formação dos alunos.Como arte, a literatura reflete a vida e ajuda a compreender a diversidade da experiência humana. Seria essa a justificativa principal para a sua presença na escola, sendo indiscutível, evidentemente, a sua importância no ensino da língua.

O Lugar da Literatura na Escola - Parte I

Seleção de Livros

De início, já temos um problema: como saber identificar, entre os inúmeros livros feitos para crianças e adolescentes, aqueles que realmente são uma obra literária? Todos sabemos que o livro infanto-juvenil tem sido o grande filão do mercado editorial e que há muito livro ruim por aí. Como evitá-los?
É difícil resolver objetivamente essa questão, até mesmo porque, para isso, o professor terá que educar a própria sensibilidade. Pois é de sensibilidade que ele precisa para saber quando está diante de um texto de valor.
O texto literário atinge o leitor pela emoção. Então, para dar certo, o professor terá que ir atrás de livros capazes de emocionar seus alunos: fazer rir, arrepiar, provocar raiva, tristeza, êxtase, surpreender sempre. Mas terá que agir com inteligência. Os livros feitos para crianças e adolescentes podem estar passando, também, os mais variados tipos de preconceitos, contra os quais eles não sabem se defender. Ex: a ideia de obediência e submissão como um direito dos mais fortes em relação aos mais fracos; os comportamentos estereotipados de homem e mulher; os lugares sociais de menor prestígio destinados ao negro, ao homem do campo, etc.
É claro que não existe nenhum texto neutro, mas alguns são mais ofensivos que outros. Cabe ao professor a responsabilidade de lê-los criticamente e se perguntar: "será que este livro, apesar de bonito e emocionante, vai ofender alguém? Será que vale a pena?"
Também não vamos querer filtrar todas as leituras. Podemos dizer ao aluno que o leitor não tem que concordar com tudo o que lê, ainda que o texto seja divertido e envolvente. A solução seria expor os alunos a leituras variadas, para aprenderem a lidar com a diferença. Um texto literário pode impor ou quebrar valores e padrões sociais, restringir ou ampliar visões de mundo. Temos que ler o que os alunos leem e discutir os textos com eles, para lhes ensinar a ler criticamente.

O Lugar da Literatura na Escola - Parte II

Leitura em voz alta
O gosto pela leitura é passado às crianças pelos adultos. Uma das melhores formas de tornar as crianças interessadas em livros é ler para elas, frequentemente, com muita sensibilidade e prazer.
Não importa a idade dos alunos; a leitura em voz alta realizada pelo professor é sempre recomendável. Primeiro, porque os alunos podem conhecer textos adequados ao seu nível de compreensão, mas que seriam ainda de difícil leitura para eles; segundo, porque o professor pode demonstrar as chaves de uma boa leitura - fluência, entonação, expressividade, o que certamente ajuda a compreender e sentir o texto.
A leitura em voz alta tem que se preparada. O professor precisa estar ciente de que vai ser o intérprete do texto.
Um bom texto interpretado tem poderes mágicos: pode transporta o leitor-ouvinte para outros lugares, outras épocas, fazê-lo voltar no tempo ou projetar-se para o futuro, vivendo com os personagens os mais diferentes sentimentos e emoções. Isso faz bem emocionalmente, ajuda a compreender a si mesmo e a própria realidade. Além do mais, pode intensificar o interesse dos alunos por leitura, tornando-os mais ousados, fazendo-os buscar outras leituras semelhantes.
Outra vantagem dessa prática é fazer os alunos entenderem a função da leitura em voz alta - o que significa ler em público, quais as expectativas dos ouvintes em relação ao leitor e em que situações sociais se lê em voz alta.
Na escola, o professor lê em voz alta, frequentemente, em situações sociais funcionais. Fora da escola lê-se pouco em voz alta; não é um tipo de leitura necessária no dia-a-dia. Mas, nas situações em que se usa a leitura em voz alta, espera-se que ela seja bem feita. Vale a pena citar como exemplo os apresentadores de jornais de rádio e TV.
Quando os alunos leem em voz alta na escola, é importante que função dessa leitura esteja claramente definida: deve haver um público interessado e o leitor deve desempenhar muito bem o seu papel. São muito válidas as atividades do tipo receitas, jograis, sessões de leitura de contos, crônicas, etc. Para preparar as apresentações, os alunos acabam fazendo muita releituras e, com isso, melhoram o ritmo. Além disso, essas atividades são oportunidades muito ricas para torná-los desinibidos e desenvoltos.

O Lugar da Literatura na Escola - Parte III

Leitura de Livre Escolha

Manusear livros, perceber a magia das palavras e das imagens, ficar exposto à sensibilidade das mãos e do olhar; escolher livros, abandonar e repetir escolhas, ganhar intimidades com os livros, tomar gosto, acumular experiência; aprender a ser um leitor seletivo e crítico - são esses os objetivos da leitura de livre escolha.
Sabemos que é bastante comum a prática de cantinho de leitura, bibliotecas de classe ou volantes. Mas quando não se tem clareza da importância dessas propostas, elas correm o risco de ocupar um lugar secundário na rotina escolar. Ninguém se torna um leitor assíduo de um dia para o outro. Para isso, a facilidade de acesso aos livros e o contato frequente são condições fundamentais. Acrescente-se, ainda, um ambiente favorável, que desperte o desejo, que seja um convite permanente à leitura.
Sugerimos que seja reservado um horário nobre da rotina escolar para a leitura de livre escolha. De preferência, diariamente. Pegar um livro enquanto se espera a próxima atividade, ou num intervalo criado para descansar de uma atividade mais pesada, não é a mesma coisa que participar de um momento de leitura programado e valorizado.
Sugerimos também que esse momento de leitura tenha o caráter de projeto permanente: durante todo o ano, cada turma utiliza sua própria biblioteca, organizando-se par isso e avaliando constantemente a experiência.
Se a escola não dispõe de livros suficientes, poderá organizar bibliotecas volantes, que estariam nas salas de aula no horário combinado, conforme o sistema de rodízio que fosse criado.
As bibliotecas de classe poderiam funcionar da seguinte maneira:
No horário previsto, os livros são expostos na sala. Todos juntos, inclusive o professor, fazem suas escolhas e suas leituras em silêncio, durante uma meia hora.
Terminado o horário, a leitura é interrompida. Quem não terminou o livro, vai colocar um marcador, o que lhe dá o direito de continuar a leitura no dia seguinte.
Em seguida, durante 15 minutos, as leituras são compartilhadas: quem quiser pode se manisfestar, fazendo algum comentário.
O professor, frequentemente, faz comentários sobre o livro que leu (que, evidentemente, poderia ser outro livro que trouxe de casa ou da biblioteca e que também seria colocado à disposição dos alunos).
Os comentários do professor vão balizando os comentários dos alunos, que, aos poucos, vão aprendendo a compartilhar suas leituras.
Depois de um tempo, passam a escrever resenhas, para exercitar a crítica aos livros e orientar outros leitores.
As resenhas vão servir de material de consulta, tanto para orientar o uso das bibliotecas, quanto para avaliá-las e renová-las a cada semestre ou a cada ano.

O Lugar da Literatura na Escola - Parte IV

Serviço de Biblioteca
Quando a escola tem uma biblioteca central, as atividades de leitura na sala de aula podem ser mais apoiadas. Os professores teriam onde buscar novas sugestões de leitura. Os alunos não precisariam ficar restritos aos livros disponíveis na sala - quando já tivessem esgotado o interesse por aqueles, buscariam, espontaneamente, outros na biblioteca.
Ficaria a cargo do serviço de biblioteca a renovação das bibliotecas de classe ou a atualização das listas de títulos indicados aos alunos, como base em pesquisa de opinião.
Os livros preferidos seriam sempre divulgados. O mesmo seria feito com as resenhas dos alunos.
Fonte:Módulo Capacita. Português [p.p. 85 a 87] Pitágoras, 2000.

sábado, 7 de novembro de 2009

Dica: Estudando Literatura para o Vestibular


Gostar de ler e dominar as leituras obrigatórias propostas pela universidade em que pretende fazer vestibular pode não ser o suficiente para o candidato conquistar uma boa nota nas provas de literatura. Além de conhecer enredos e personagens, também é preciso ficar atento à história da produção literária e às características dos autores e movimentos mais relevantes, que normalmente são tema de questões nas provas das principais universidades.

Cinco temas que não podem faltar na prova de literatura:

1. Romantismo: Vale a pena lembrar as diferentes possibilidades que a poesia romântica apresenta, partindo da temática indianista [Gonçalves Dias], passando pelo tédio [Álvares de Azevedo], indo às questões sociais, como a escravidão [Castro Alves]

2. Machado de Assis: Não esqueça que as obras de maior destaque do autor surgem a partir da década de 1880, momento em que ele aprofunda a análise psicológica de seus personagens e apresenta inovações estruturais [memórias Póstumas de Brás Cubas é o melhor exemplo] tanto nos romances como nos contos.

3. Pré-Modernismo: Vários autores do início do século XX não se enquadravam nas escolas vigentes, sendo chamados de "pré-modernos" [termo surgido bem mais tarde para defini-los]. Deste momento, é preciso uma atenção especial às obras de Lima Barreto, Monteiro Lobato e Euclides da Cunha.

4. Romance de 30: Fique atento ao fato de que a literatura dessa época apresenta uma visão voltada para as questões sociais; tendo destaque as obras de Graciliano Ramos [principalmente com os romances São Bernardo e Vidas Secas] e Jorge Amado [que tem romances marcantes, como Terras do Sem Fim e Dona Flor e Seus Dois Maridos].

5. Poesia Moderna: Tenha em mente os principais temas explorados e tente analisar previamente alguns poemas cruciais de poetas como Carlos Drummond de Andrade [Poema de sete faces e Áporo, por exemplo] Vinicius de Moraes [Soneto de Fidelidade e Soneto de Separação] e Manuel Bandeira [Pneumotórax e Vou-me Embora pra Pasárgada]

Fonte: Portal Terra

Uma Homenagem aos Mestres da Língua


Outras fotos do BRASIL QUE LÊ...






















Poetas difíceis


Poetas difíceis: um mito, palavras de Teresa Guedes

Como grande parte dos leitores deste blog são professores, pais ou adultos interessados em temas educacionais e culturais, hoje transcrevo um trecho sobre o ensino da língua portuguesa através da poesia. O texto é de Teresa Guedes, que encontrei na internet e achei bastante relevante para o que este espaço tem aos poucos se tornado: ponto de assistência aqueles que gostariam de ilustrar suas aulas com material além daquele encontrado nos livros didáticos. Teresa Guedes escreveu muitos livros. Sua preocupação foi por muito tempo reconciliar o ensino da língua com uma apreciação da poesia. Pelas notas que mais tarde vim a ler publicadas com explanação do livro da autora: Poetas difíceis: um mito, Editorial Caminho: 2002, Lisboa, série Caminho da Educação, nº 10:2002, [ISBN: 972-21-1508 - 1] temos uma boa ideia sobre a maneira de ensino advogado por ela. Copio aqui as informações e os exemplos, pois os achei interessantes, e nos ajudam a perder aquele medo que às vezes temos de sair de um projeto já traçado e conhecido para um rumo diferente, que talvez até possa trazer maiores benefícios.

Das obras da autora, que têm subjacente a temática da Poesia, será de referir que esta se diferencia pelo fato de incidir nos receios e rejeições de educadores em relação a poetas específicos, rotulados de inacessíveis para os alunos.

É necessário que os professores deixem de catalogar os poetas como "fáceis" ou "difíceis" e reconheçam em vez disso, que há tarefas simples ou complicadas a partir de um poema. Um autor pode apresentar vários poemas que oscilem entre a complexidade e a simplicidade.

Optou-se por uma metodologia que agrupou vários poemas do mesmo autor, para que fossem visíveis esses combinantes. Recorreu-se, por um lado, a uma simplificação de atividades quando existiam poemas mais densos e, por outro, a uma organização de tarefas mais elaboradas, para poemas mais transparentes. Desvanece-se, assim, a ideia de que há poesia específica para os mais novos.

Raramente os jovens tomam a iniciativa de procurar livros de Poesia.Daí que a escola tenha responsabilidade em proporcionar uma significativa amostragem de poetas. Isto não quer dizer que educadores e alunos tenham de aderir a todos eles incondiconalmente, mas podem sim, através de muitos poetas, refletir sobre si próprios e sobre a singularidade e universalidade da Poesia.

Maria Teresa Fernandes Costa Guedes (1957 - 2007) licenciada em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras do Perto; foi professora efetiva do 2º ciclo do ensino básico em escolas públicas de Vila Nova de Gaia, onde vivia, e dedicou-se à dinamização de oficinas de escrita criativa, para docentes e alunos.Desde a sua estreia em livro, publicou três títulos de poesia para jovens (Em Branco, 2002; Real...mente, 2005; e Tu Escolhes, 2007) e diversas obras de incentivo à escrita de intenção literária em contexto educativo. Escrevia versos, contos crônicas.


Imagens de um BRASIL QUE LÊ











Fotos reais tiradas em lugares públicos brasileiros...
Estamos mudando a realidade da leitura brasileira.

Minha Sombra - Jorge de Lima

De manhã a minha sombra
com meu papagaio e o meu macaco
começam a me arremedar.
E quando eu saio
a minha sombra vai comigo
fazendo o que eu faço
seguindo os meus passos.
Depois é meio-dia
E a minha sombra fica do tamaninho
de quando eu era menino.
Depois é tardinha.
E a minha sombra tão comprida
brinca de pernas de pau.
Minha sombra que só queria
ter o humor que você tem,
ter a sua meninice,
ser igualzinha a você.
E de noite quando escrevo,
fazer como você faz,
como eu fazia em criança:
Minha sombra
você põe a sua mão,
por baixo da minha mão
vão cobrindo o rascunho dos meus poemas
sem saber ler e escrever.

Em: Antologia Poética para a infância e a juventude, de Henriqueta Lisboa, Rio de Janeiro, INL: 1961.
Jorge Mateus de Lima (União dos Palmares, AL, 23 de abril de 1893 - Rio de Janeiro, 15 de novembro de 1953) foi político, médico, poeta, romancista, biógrafo, ensaísta, tradutor e pintor brasileiro.

Escola é lugar de grandes aprendizagens
















Aprendendo Poesia



Poesia
Informação retirada do livro Palavras - 5ª Ano - Texto Editores

Na poesia, as palavras agrupam-se de modo especial e ganham diferentes significados. É o tipo de texto em que há maior liberdade para se jogar com as palavras, tanto no que diz respeito à sua sonoridade como ao seu significado.
Verso: cada linha do poema.
Estrofe: conjunto de dois ou mais versos .
A uma estrofe de dois versos chamamos dístico;
de três versos chamamos terceto;
de quatro versos chamamos quadra;
de cinco versos chamamos quintilha;
a uma estroge de seis versos chamamos sextilha.
Rima: combinação de sons semelhantes, geralmente no final de cada verso.
Verso solto: aquele que não tem rima, que não se liga a outros por semelhança de sons, sem métrica fixa nos versos.
Ritmo: musicalidade, movimento, trasmitidos atráves da rima, das repetiçõs, dos sons [fortes ou suaves]