Ler é saber compreender e interpretar, tarefa cobrada na vida escolar e, depois, na vida adulta. Mas a existência de pessoas com dificuldades para decifrar uma mensagem ou relacionar um texto com outro coloca um desafio para os professores: como desenvolver a capacidade de interpretação dos alunos?
Se não aprenderem a compreender textos, os estudantes de hoje vão engrossar ainda mais as já preocupantes estatísticas de analfabetismo funcional - problema em que a pessoa, mesmo sabendo ler um enunciado simples, como um bilhete, por exemplo, não tem a habilidade para entender o que está escrito.
"Os índices de analfabetismo funcional estão em crescimento no Brasil", alerta Marta Morais de Costa, diretora do departamento de Letras da PUCPR. Segundo o Indicador Nacional de Analfabetismo Funcional [INAF] braço social do IBGE, apenas um em cada quatro jovens e adultos brasileiros consegue compreender totalmente as informações contidas em um texto e relacioná-las com outros dados. O restante mal consegue identificar informações simples e é incapaz de interpretar um texto mais longo ou com alguma complexidade.
Muitas vezes, o texto não precisa ser longo e nem complexo demais. Segundo dados do Indicador Nacional de Analfabetismo, apenas 26% da população brasileira consegue retirar uma informação de uma frase, ou seja, se houver mais de uma frase ou mais de uma informação, a pessoa não entende.
Não se trata de pessoas que nunca foram à escola. "Há uma carência em todos os níveis escolares. Os índices de reprovação em testes como da OAB, comprovam isso", afirma Marta. É preciso mudar a mentalidade em relação ao analfabetismo funcional. E não se trata de um problema de dinheiro, mas sim educacional.
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