Calvin e seus Amigos

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O assunto merece uma atenção especial

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Estante/ Resenha


Quando devo começar a trabalhar ortografia? O que e como devo ensinar? Como descubro o que os alunos já sabem a respeito? É preciso considerar os erros para avaliar a turma?


Difícil encontrar um educador que nunca se deparou com questões como essas e não se viu encurralado frente a indagações dos alunos, questionando por que existe Helena sem H também. E mais: não são raras as vezes em que os responsáveis pelo ensino da ortografia ficam com dúvida a respeito de como se escreve essa ou aquela palavra. É normal e compreensível que tudo isso ocorra, até porque nossa língua escrita é composta de uma série de acordos estabelecidos para atender a algumas convenções que compõem a língua-padrão e é alvo de mudanças de tempos em tempos, como o recente acordo ortográfico.
Levando essas e outras questões em consideração, em Ortografia: Ensinar e Aprender (128 págs., Ed. Ática, $36,90), Artur Gomes de Morais apresenta e discute uma série de princípios e encaminhamentos didáticos sobre o conteúdo de forma saborosa, tornando a leitura um exercício agradável - ainda que ele julgue o trabalho com as questões ortográficas um terreno árido. O autor também dá respostas não só para as questões iniciais desta resenha como também para tantas outras que envolvem (e, por que não dizer, perseguem) os educadores na escola e fora dela.
O livro é dividido em duas partes: Aprender Ortografia e Ensinar Ortografia. Na primeira, explica-se o que é e para que serve a ortografia, o que o estudante pode compreender e o que deve memorizar e como ele aprende as normas. Na segunda, são analisadas as práticas usuais, definidos príncípios norteadores para o ensino e exploradas situações que envolvem o ensino e a aprendizagem do conteúdo. Para encerrar a obra, no capítulo Palavras Finais, Morais discorre a respeito das estratégias que propõe e das possíveis interpretações equivocadas que alguns educadores acabam tendo ao lê-las. Uma parte que, definitivamente, vale a pena ser lida logo no início, dadas a complexidade e a sutileza que envolvem a relação das questões ortográficas com a escola.
Publicada em: Revista Nova Escola, dezembro de 2009, p.86
ELAINE DE PAULA, autora desta resenha, é pós-graduada em Psicopedagogia e leciona Língua Portuguesa no Ensino Fundamental em Catas Altas, a 142 km de Belo Horizonte

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