Por trás desse problema - visto pelos professores como um dos principais entraves da boa Educação -, há a falta de conhecimento sobre o tema e de adequação das estratégias de ensino
BEATRIZ VICHESSSI
Sua paciência está por um fio. A garotada voa pelos corredores, conversa em sala, briga no recreio, insiste em usar boné e em trazer para a sala materiais que não são de estudo. Cansado e confuso o professor se sente com os braços atados e autoridade abalada. Não suporta mais cenas que vê e não sabe o que fazer. Quer obediência! Quer controle! Quer mudanças no comportamento dos alunos!
Calma... Respire... Se você sonha com uma turma atenta e motivada, a primeira mudança necessária talvez esteja em você.
As estratégias usadas atualmente por grande parte dos professores para lidar com a indisciplina têm sido desastrosas e estão na contramão do que os especialistas apontam ser o mais adequado. Pesquisa realizada em 2008 pela Organização dos Estados Ibero-Americanos com cerca de 8,7 mil professores mostrou que 83% deles defendem medidas mais duras em relação ao comportamento dos alunos, 67% acreditam que a expulsão é o melhor caminho e 52% acham que deveriam aumentar o policiamento nas escolas.
Se a repreensão funcionasse, a indisciplina não seria apontada como o aspecto da Educação com o qual é mais difícil lidar em sala de aula, como mostrou outra pesquisa, da Fundação SM, feita em 2007 com 3,5 mil docentes de todo o país. Até mesmo os alunos acreditam que o problema vem crescendo.
Apresentamos algumas dicas para o professor encaminhar o problema.Não se trata de um manual de instruções.
Distinguir as regras morais das convivências e discutí-las;
Equilibrar de maneira justa sua reação a um problema;
Conquistar autoridade com o saber e o respeito ao aluno;
Ter como objetivo construir um ambiente cooperativo;
Agir na hora certa e sempre manter a calma;
Incentivar e respeitar a autonomia do aluno;
Ficar alerta porque a disciplina nunca acaba.
As questões ligadas à disciplina são de natureza humana. Portanto, complexas e incertas. Esse é um ponto de partida para quem convive com o problema. Para se sair bem, é preciso estudar muito e sempre revisitar o tema.
Nenhum comentário:
Postar um comentário